29 de janeiro de 2012

Milho de Pipoca - Rubem Alves

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As grandes mudanças acontecem de dentro para fora. Milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser apenas milho de pipoca.

Milho de pipoca

A transformação do milho duro em pipoca macia é simbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra dentes, impróprios para comer; pelo poder do fogo podemos, repentinante, nos transformar em outra coisa- voltar a ser criança.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos- dor. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão- sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso dops remédios. Apagar o fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação...
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que a sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina do que é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: pum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Peruá é milho de pipoca que se recusa a estourar... são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria a nunguém. Terminando o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os peruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo...
As pipocas que estouram são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

(Rubem Alves)




Cuidado para não virar um Peruá!!!

25 de janeiro de 2012

18 de janeiro de 2012

O que é ser Chique? Por Gilka Maria

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O que é ser chique, na opinião abalizada de Gilka Maria.

Reproduzo artigo publicado no livro “A Quem Interessar Possa”, de Gilka Maria. O texto circula na internet atribuído indevidamente a Glória Kalil.

Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente Basta abrir qualquer das revistas semanais especializadas em burburinhos para ver as mais diferentes figuras reduzidas à mesma tribo: a dos “absolutamente chiques”. Para isso, basta ter (ou parecer ter) uma gorda conta bancária, um apartamento projetado por um arquiteto específico e, claro, freqüentar as festas certas e os restaurantes da moda. É tiro e queda. Daí pra virar celebridade é um pulo. Celebridade “chique”, lógico. Mas a verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique, é preciso muito mais que um guarda-roupa recheado de grifes importadas. Muito mais que um belo carro alemão. O que faz alguém ser verdadeiramente chique não é quanto essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta.
Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção por suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes. Mas que, sem querer, atrai todos os olhares, porque tem brilho próprio. Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da conta. Chique mesmo é gostar de filosofia, enquanto todo mundo devora Paulo Coelho. Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom-dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar o aniversário dos amigos. Chique mesmo é não se exceder nunca. Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Nada mais feio que parecer uma vitrine ambulante. Chique mesmo é olhar no olho de seu interlocutor. É “desligar o radar” quando estiver sentado à mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção à sua companhia. Chique mesmo é honrar sua palavra. É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado. Chique mesmo é conhecer a galinha ao molho pardo do Porto do Moreira e o steak tartar do Bar du Theatre, em Paris. Chique mesmo é ter boa conversa, cultura geral e um pretinho básico no armário.
Mas, pra ser chique, chique m-e-s-m-o, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre do quanto que a vida é breve e de que vamos todos pro mesmo lugar. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se cruzar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem. Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!

[...] o texto não é da Glória Kalil, conforme a verdadeira autora, Gilka Maria, confirmou no blog a seguir: Blog do Carleto - da Revista Weekend

11 de janeiro de 2012

A Lucidez Perigosa (Clarice Lispector)


"Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
Assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém."

10 de janeiro de 2012

Mensagem de Paulo Coelho


O guerreiro da luz aprendeu que Deus usa a solidão para ensinar a convivência. Usa a raiva para mostrar o infinito valor da paz. Usa o tédio para ressaltar a importância da aventura e do abandono. Deus usa o silêncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras. Usa o cansaço para que se possa compreender o valor do despertar. Usa a doença para ressaltar a benção da saúde. Deus usa o fogo para ensinar sobre a água. Usa a terra para que se compreenda o valor do ar. Usa a morte para mostrar a importância da vida.
(Paulo Coelho)

9 de janeiro de 2012

Mensagem de Mário Quintana


As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas. Temos que nos bastar, nos bastar sempre, e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam, não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
(Mário Quintana)

6 de janeiro de 2012

Dia dos Reis Magos • Dia do Astrólogo



(
Por Gaia Escola de Astrologia)

Segundo a tradição, os Reis Magos eram três: Gaspar, cujo nome significa “Aquele que vai inspecionar”; Melquior, que quer dizer: “Meu Rei é luz”; e Baltasar, que se traduz por: “Deus manifesta o Rei”. Não seriam reis, necessariamente, mas talvez sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia.
Existem muitas hipóteses sobre a estrela que os magos viram (magoí em grego era a palavra com que se denominava à casta de sacerdotes persas e babilônios que se dedicavam ao estudo da astronomia e da astrologia) e que os levou a enfrentar uma viagem de uns mil quilômetros com o objetivo de prestar homenagem a um recém nascido. Tudo indica que os Magos eram astrólogos, já que seguiam estrelas e faziam cálculos para saber dia e local onde ocorreria o nascimento de Jesus, marcando o advento.
A Estrela de Belém, tão mencionada nas escrituras, pode ter sido um alinhamento planetário entre Júpiter, Saturno e Marte, representando simbolicamente os três povos conhecidos: o branco (Júpiter) representado por Melchior, o negro (Saturno), representado por Baltazar, e o amarelo, asiático (Marte), Gaspar. Chegando ao local do nascimento, os magos abriram seus cofres e entregaram grande quantidade de presentes aos pais, Maria e José. Em seguida, cada um deles entregou uma moeda de ouro como presente para Jesus. O primeiro mago o presenteou com ouro, o segundo com incenso e o terceiro com mirra, para reafirmar a natureza nobre, a realeza de Jesus.
Desde o início dos tempos o ouro é um dos artigos mais valiosos, sempre associado à realeza. Na antiguidade, o ouro era um presente para um rei, o olíbano, incenso aromático utilizado em cerimoniais religiosos, para um sacerdote, representando a espiritualidade, e a mirra, uma resina balsâmica extraída de uma árvore, para um profeta que se sacrificaria pela humanidade. Esse alinhamento deve ter acontecido no signo de Peixes, no mesmo período em que tinha início a Era de Peixes, a era cristã, marcada pelo nascimento de Jesus e pelo posicionamento do ponto vernal, a linha do Equinócio, ingressando na constelação de Peixes.
De qualquer modo os Reis buscavam nas estrelas um caminho para o novo tempo, uma nova era de esperança e fé. Neste dia dedicado aos Reis Magos, também conhecido como o Dia do Astrólogo, vamos nos dirigir para um novo tempo, olhando para o futuro com mais otimismo e alegria, certos de que somos donos de nosso destino e capazes de dirigir nosso futuro para a felicidade a que temos direito.
(Gaia Escola de Astrologia)