22 de abril de 2009

Jabuticabas...



Outro dia, li um poema que achei simplesmente maravilhoso. O poema fala do cansaço que temos quando chegamos a certa altura de nossa vida em relação às mediocridades e futilidades das cobranças de uma sociedade que se acostumou a viver de aparências, que complica tanto a vida que simplesmente fica difícil apreciarmos a beleza e a simplicidade à nossa volta. Transcrevo-o, compartilhando com vocês.

(Autor Desconhecido)
"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para Discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos...

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos à limpo".
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a "última hora"; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.
Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.

OBS: tenho até muitas jabuticabas na minha bacia, para dividir com quem dê valor. Essa foto é de uma das 4 jabuticabeiras do meu jardim. Grande privilégio ter isso em plena cidade São Paulo. Obrigada, Senhor!

4 comentários:

  1. Anônimo22/4/09

    Olá Maria Fernanda!
    Estava um tanto "sedenta" de coisas novas pela grande rede e deparei com seu blog!
    Gostei da sensibilidade com que você aborda as questões que considera relevante em sua vida e estou admirada com o texto "jabuticabas"!!!

    Concordo plenamente com o autor!
    E claro,também quero viver ao lados dos que me querem bem...e degustando das melhores jabuticabas do "pé da vida"!

    Grande abraço e parabéns pelo blog!

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  2. Obrigada, Lívia!
    Apareça sempre!
    Visitarei o seu blog com calma!
    Paz e Luz!

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  3. Anônimo1/11/11

    Li esse texto das jabuticabas como sendo de Rubem Alves. É lindo mesmo.
    Adoro este seu blog. Parabéns!
    Alzira

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  4. Maravilha de Explanação e reflexão. Adorei.. Vou cuidar mais das minhas jabuticabas. Namastê

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