14 de abril de 2009

Relacionamentos virtuais criam a mais nova forma de dependência


Por Prof. Rafael Angelo Abud* (Meu amigo, querido, o qual tive o privilégio de conhecê-lo na real, juntamente com sua parceira. Obrigada pela amizade de vocês, que por sinal, faz parte dessa grata surpresa que a internet nos proporciona, quando bem utilizada!)

Dentre as facilidades oferecidas pela internet, sem dúvida, uma delas é a de relacionamentos virtuais através das salas de bate-papo. A prática está tão disseminada na sociedade, que é muito difícil hoje encontrar alguém que ainda não tenha tido uma experiência, nem que tenha sido apenas para satisfazer à curiosidade.

De repente, em determinado momento, você sente a necessidade de falar com alguém. É só ligar o computador, conectar-se à internet e pronto. Em poucos minutos você começa a falar com pessoas e mais pessoas em uma ou mais salas de bate-papo.

Identificando-se através de um “nick”, ou seja, um apelido que você escolhe para ser chamado naquela conexão, começa o envio e o recebimento de mensagens e, é claro, os envolvimentos. Se você tecla com uma pessoa interessante, por exemplo, e marca de conversar novamente no dia seguinte, num determinado horário, já começa a subir a adrenalina num processo de ansiedade pela vontade que chegue logo aquele momento.

As pessoas que não interessantes são sumariamente deletadas, ou simplesmente ignoradas, sem qualquer constrangimento, de nenhuma das partes – o que na vida real já não seria assim tão fácil. As conversas são cativantes. Sobre família, negócios, estudos, sonhos, fantasias, sexo, flores, perfumes, vinhos, livros, filmes, passeios, viagens, relacionamentos, profissões, experiências pessoais. Vale tudo. De repente, uma conversa que começou no início da noite foi ficando tão interessante que atravessou a noite toda sem que as pessoas envolvidas notassem.

O que existe por trás desse mundo novo que preocupa tanto, e quais os cuidados que as pessoas devem tomar? Que efeitos e que consequências essa prática de navegar, bater papo e estabelecer relacionamentos no mundo virtual causa na mente humana, e como prevenir isso?

A facilidade de acesso, por exemplo, é um fator preponderante para que a freqüência desse tipo de contato vá se intensificando, podendo gerar uma dependência, no mesmo nível do álcool, do fumo, das drogas e dos jogos.

Com o agravante de que, inconscientemente, ocorre um processo de transferência de realidades - a mente começa a produzir mais estímulos e respostas no mundo virtual, de forma potencializada, gerando mais satisfação e prazer do que no mundo real. Como conseqüência, num processo gradativo e rápido, as pessoas vão se tornando cada vez mais apegadas. Num primeiro momento, a essa prática, depois, começam a sentir a falta de forma ansiosa e posteriormente, compulsiva, como um vício.

De repente, a dependência já está instalada sem que as pessoas envolvidas dêem conta disso, gerando dissabores como dispersão de raciocínio (a pessoa fica meio aérea); ausência de seletividade (todas as pessoas que teclam de forma agradável, são aceitas independentemente de quem sejam); incapacidade de realização de tarefas importantes devido ao tempo dedicado aos bate-papos; irregularidade nos horários de sono, de tomada de refeições, de idas ao banheiro, e principalmente, de relacionamento real com as pessoas do mundo real na família, no trabalho, na escola.

Como consequências dessas alterações, ocorrem mudanças físicas, emocionais e comportamentais como propensão à irritabilidade nervosa, insônia, dores na coluna, nos pulsos e nas pernas, perda de apetite sexual, impotência sexual, sonolência constante, obesidade, vista cansada e irritada, aumento inconsciente da agressividade, e o que é pior, uma tendência crescente ao isolamento e outros distúrbios.


Para se prevenir e evitar essas consequências, é importante tomar alguns cuidados, como, por exemplo, nunca ficar mais de uma hora direto no micro. Procure levantar, alongar braços e pernas, relaxar, respirar fundo, movimentar as mãos, os dedos em sentido horário e depois anti-horário. Fazer outra atividade fora do computador também ajuda. Tente fazer um mapa de controle de horas para uma auto-avaliação sobre o tempo dedicado ao relacionamento virtual em comparação com o real. É recomendável que o real seja sempre maior que o virtual. Certifique-se que realmente tem o controle e não que está sob domínio do mundo virtual, não incidindo na rotina de ligar o micro como atividade prioritária. Não abra mão do senso de julgamento e seletividade, por mais sedutoras e criativas que sejam as palavras utilizadas pela outra pessoa e não se empolgue para não se decepcionar.

Fazer terapia nos casos extremos ajuda e muito.

* O Prof. Rafael Angelo Abud é diretor da Sociedade de Psicanálise Transcendental e psicanalista, especializado em relacionamentos pela internet.

2 comentários:

  1. Oi Fernanda, apesar da vontade de ler tudo que vc. escreve,porque os temas são sempre muito interessantes e bem articulados, estou fazendo isso aos poucos, para não cair na armadilha da "dependência" rsrsrs.
    Sobre os relacionamentos virtuais,realmente, podem se tornar "perigosos", principalmente quando evoluem para uma relação amorosa. Sei de muitos casos que resultaram em casamento mas, se considerarmos a proporção com que isso acontece, fatalmente veremos que é uma minoria. A grande maioria "se dá mal".Também sei de muitos casos em que relações reais e estáveis se acabaram devido a esses "encontros" virtuais.
    Já escrevi sobre esse novo tipo de vício, no blog "Fale não Cale" e deixei um link para um teste.
    http://www.vocesabia.net/categoria/testes/
    O meu resultado foi assustador...sou viciada, rsrsrs... estou sempre em busca de informações e leituras...sou leitora voraz...mas vou tentar seguir suas recomendações.
    Obrigada
    Um grande abraço.
    Sonia Rocha

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  2. Oi Sonia!

    Salientando: Esse texto é do Rafael Abud.

    Procuro postar textos(autores variados) que acho interessante e que concordo. Por isso eles estão aqui...
    Depois irei xeretar no link que você deixou.
    Volte sempre! Não cria dependência não!... rs

    Beijos... :))

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